Análise do comunicado 43.153 do BACEN

O Copom, em comunicado divulgado na última quarta-feira, elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75%, o maior patamar da taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos 20 anos. Esse é o sexto aumento consecutivo desde novembro de 2024.

O aumento da taxa é uma ferramenta amarga do Banco Central para tentar conter a inflação, que vinha assombrando o Brasil nos últimos meses. Os aumentos sucessivos da Selic parecem ter surtido o efeito desejado: os sinais de diminuição da atividade econômica, redução na criação de novos empregos e expectativa para inflação de 2026 trazendo o índice para o centro da meta mostram isso.

O comunicado traz, contudo, um alento, que é a possibilidade de interrupção no aumento da Selic, tanto pelo cenário doméstico acima mencionado, como também pelo conturbado cenário internacional, em meio a uma guerra tarifária e uma possível reorganização da cadeia produtiva global.

Controlar a inflação é uma das obrigações do Banco Central e o mesmo tem perseguido isso a duras penas nos últimos anos, porém esse trabalho não deve ser feito sozinho e nem apenas a custa da diminuição da atividade econômica, o que somente penaliza os empresários e trabalhadores.

O governo federal e o Congresso Nacional devem também cumprir seu papel, principalmente na contenção dos gastos públicos atuais e na sinalização de gastos públicos futuros. Só assim teremos em um futuro próximo um cenário de juros menores que favorece melhor a livre iniciativa, os investimentos e a geração de emprego e renda.

Autor

José Carlos Buffon Jr.

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